Confira o roteiro de atividades nas vinícolas de Campo Largo, Colombo, Piraquara, Quatro Barras e São José dos Pinhais
Por Andrea Torrente
Nesta época do ano, os parreirais estão carregados de uvas e a colheita, que já começou em algumas vinícolas da região metropolitana de Curitiba, vai se estender pelas próximas semanas. O clima quente e a beleza dos vinhedos verdejantes e cheios de frutas fazem do verão uma das melhores épocas para visitar as vinícolas, que a cada ano apostam cada vez mais no enoturismo para atrair visitantes e popularizar o consumo do vinho local, que está se destacando pela qualidade.
Apesar de produzir apenas 1% do vinho brasileiro, o Paraná está ganhando, anos após ano, o reconhecimento dos enófilos. Em 2020, as vinícolas Franco Italiano, em Colombo, e Araucária, em São José dos Pinhais, dividiram o primeiro lugar na categoria Cabernet Sauvignon, na Grande Prova de Vinhos do Brasil, uma das principais premiações do país. Praticamente todas as vinícolas do estado colecionam prêmios, alguns internacionais.
O sucesso foi alcançado em poucos anos, apesar da tradição da viniviticultura na região metropolitana de Curitiba remontar à chegada dos imigrantes europeus, a partir da segunda metade do século 19. Com sua cultura e religiosidade, italianos, ucranianos, alemães e poloneses trouxeram consigo a tradição da videira e do vinho.
Entre os anos 1930 e 1960, a região foi tomada por parreiras de uvas americanas, mas nos anos 1970 o surgimento de pragas e doenças causaram um declínio do cultivo, que só começou a ser revertido no final da década de 1990.
É verdade que o microclima da região, marcado por excesso de umidade e chuva somado aos frequentes dias nublados, pode não ser considerado o ideal para viticultura, mas o problema tem sido, aos poucos, superado. Para contornar as dificuldades, alguns produtores usam uvas de outras regiões do Paraná e de outros estados do sul do Brasil.
“Apesar dos projetos serem todos novos, os resultados são surpreendentes. Vinhos com qualidade, estilo definido e potencial de guarda”, afirma Wagner Gabardo, da escola de sommelier Alta Gama, em Curitiba, e consultor da Vinopar, a associação dos vitivinicultores do Paraná.
O consumo de vinho nacional nunca esteve tão em alta. As vendas no mercado interno cresceram 2% entre outubro de 2020 e setembro de 2021, na comparação com o mesmo período de 2019 e 2020. Foram 492,5 milhões de litros comercializados, segundo dados da Ideal Consulting, empresa de auditoria de importação e inteligência de mercado, e divulgados pelo Consevitis-RS (Conselho de Planejamento e Gestão da Aplicação de Recursos Financeiros para Desenvolvimento da Vitivinicultura do Rio Grande do Sul).
Além da qualidade, a popularização se deve também ao trabalho das vinícolas, que apostam cada vez mais forte no enoturismo e na enogastronomia, com atividades abertas ao públicos o ano inteiro. São inúmeras opções: desde piquenique a almoço, visita guiada, degustação e vindima. Confira o que cada vinícola da RMC tem para oferecer.
A Vinícola Araucária, em São José dos Pinhais, promove diversas atividades para o público a começar pelo tour guiado às sextas, sábados, domingos e feriados, com horário agendado, sendo dois grupos na sexta-feira, às 10 horas e às 14 horas. Aos sábados, domingos e feriados, os horários para visita são 10h, 11h30, 14h e 15h30.
O tour, com duração aproximada de 60 minutos, inclui explicação sobre a história e surgimento da vinícola, apresenta a linha de produtos, uma visita aos vinhedos e à fábrica, onde ocorre uma degustação de três rótulos. A visita guiada com degustação custa R$ 50 ou R$ 30 sem degustação, a partir dos 13 anos, com suco de uva. Até os 12 anos é cortesia.
A vinícola tem também um amplo espaço para piquenique para uso gratuito. É possível levar a própria comida ou comprar uma tábua de frios (R$ 45 para duas pessoas) – só não é permitido levar bebidas alcoólicas.
Já o restaurante Gralha Azul funciona de quinta a domingo, no almoço, com necessidade de reserva. O menu à la carte conta com massas, carnes como costela assada (R$ 78), cordeiro assado (R$ 85), e tilápia assada (R$ 70), entre outras opções.
A vinícola produz espumantes da linha Poty Lazzarotto, cujos rótulos levam ilustrações de três obras do renomado artista plástico paranaense, tintos da linha Angustifólia, feitos com uvas Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Sauvignon Gran Reserva, além dos brancos Chardonnay e Chardonnay Reserva, e do rosé Gralha Azul, entre outros vinhos.
Acabei de assistir Agrocultura e fiquei sabendo dessa maravilha que deve ser a Vinícula Araucária! 💖🥂